Leandro Sapucahy

A música entrou na vida de Leandro Sapucahy meio de brincadeira, e, desde muito criança, os instrumentos viraram brinquedos e, dos brinquedos fazia instrumentos, tirando som de tudo. -Minha mãe cantava em casa o dia todo, tem um repertório enorme, popularzão, tipo Rádio Nacional, muita afinação e swing. Meu pai era mais bossa-novista - João Gilberto, Leny Andrade... Já adolescente, foi apresentar-se profissionalmente, o que fez com que seu repertório aumentasse.

"Precisava conhecer mais estilos e enveredei pela MPB, pelo rock... Tocava até aquilo de que eu não gostava muito. Vários fatores começaram a me puxar para a percussão e para a música. Tinha um bloco carnavalesco que ensaiava perto da minha casa, por exemplo" - conta. Daí para o trabalho profissional em estúdio foi um pulo. E que pulo. Leandro Sapucahy deixou sua marca em vários discos de samba, como músico e muitas vezes como produtor. Seu primeiro CD, “Cotidiano”, trouxe participações de bambas como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e do chapa Marcelo D2. O disco reúne músicas que ele foi juntando aos poucos, sem pressa, conduzido por uma idéia-fixa-quase-missão: qualidade e a capacidade de satisfazer a si mesmo.

"Como produtor, sempre recebi muito material dos compositores. O que não ia servindo para o mercado, eu ia separando. Aos poucos, juntei coisas. Resolvi fazer o meu disco sem pressão. Meu intuito foi criar algo que as pessoas ouvissem e não considerassem parecido com nada do que já está por aí. Isso sem no entanto deixar de lado uma boa linguagem e uma melodia bonita" - explica Sapucahy. Leandro insistiu na idéia de dar à luz um trabalho que por um lado celebrasse o talento de compositores-referência e, por outro, fosse diferente de tudo que há no mercado.

" Resolvi fazer um disco por prazer. Meu trabalho é centralizado no samba, mas é pesado, chega perto do rap. Eu não sou mergulhado na política, mas passei a prestar atenção no comportamento da classe política. É um disco que fala sobre corrupção, balas perdidas. Mas também fala sobre esperança e família" - explica. Ao fazer músicas, ele se posiciona de uma maneira muito própria. "Quero espetar. E quero que os espetados me ouçam. Me posiciono como povo, mas aproveito o lugar onde estou para mandar mensagens. Não vou no óbvio, nunca. Sempre fui do contra, desde moleque. Além disso, quero resgatar bons autores. Isso vai ser bom para o samba” - prega.


Leandro Sapucahy em apresentação no programa Estação Globo.

Um comentário:

  1. Fazia muito tempo que não tinha tanto prazer em ver um DVD como tive, maravilhoso, acho muito importante as pessoas usarem seu dom para elucidar a mente das pessoas, eu também estou nessa causa, beijos parabéns.
    http://basta-elas.blospot.com

    ResponderExcluir