Ubirajara Silva de Souza, em arte “Bira da Vila São Luiz”, nasceu em 8 de janeiro, na rua Santo Antônio, no Bairro da Vila São Luiz em Duque de Caxias (RJ), fazendo parte de uma família tipicamente brasileira, qual seja, humilde e criativa, pobre e com grande potencial artístico. Seus avós maternos foram escravos até a adolescência. Seus avôs paternos eram uma índia e um sanfoneiro português. Esta miscigenação lhe deu como herança, pelo lado indígena, a garra para vencer obstáculos, pelo negro a determinação e a criatividade e pelo lado português o espírito aventureiro, desbravador e conquistador. Bira têm na figura do pai, Seu Jair, o grande inspirador de sua carreira artística. Seu pai também conhecido como “Neblina”, têm um extenso e variado currículo, que vai desde sambista e passista da “Cartolinha de Caxias”, passando pela função de ritmista versador de partido alto até chegar à posição de goleiro do Vila São Luiz Futebol Clube. Com quase dois metros de altura com um andar gingado de malandro, Seu Jair foi a fonte de inspiração do primeiro samba de Bira , ainda com quatorze anos, “O Malandrinho” –1978. Ele foi o mais jovem integrante da primeira roda de samba de Caxias (1979), que fazia ponto no bar do Zezinho, em frente ao Clube Recreativo Caxiense. E cantava músicas dos mestres Monarco, Beto sem Braço, Roberto Ribeiro, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Dona Yvone Lara, Candeia entre outros ícones do samba. Por ter nascido na Vila São Luis, quando ingressou na Ala dos compositores da Grande Rio em 1986, já com 23 anos, foi batizado artisticamente de “Bira da Vila São Luis”. Coincidentemente tem em Luis Carlos da Vila, seu maior ídolo e também seu maior incentivador, nascendo desse reconhecimento de valor artístico recíproco, uma real amizade e parceria musical. Sua carreira autoral se inicia em 1993, com a gravação do samba “Sorriso de Banjo” pela saudosa cantora “Jovelina Pérola Negra”. Em 1998, o “padrinho Luís Carlos da Vila o incentivou a mostrar seu trabalho de compositor e interprete”. Finalmente em 19 de agosto de 1998, no Teatro da Praia em Copacabana (RJ), estréia o show “Nova Matriz”, com a casa lotada, onde cantou somente sambas de sua autoria. Este show foi sua porta de entrada para ser convidado pelos produtores da Riotur, Fernando Gama e Luizinho, que acreditaram no seu potencial artístico-musical e abriram espaço para inúmeras outras apresentações. Sua maior emoção foi cantar no Arpoador, ao lado do próprio Luis Carlos da Vila e de bambas do samba como: Monarco, Wilson Moreira, Nelson Sargento, Walter Alfaiate e Wilson das Neves. Este foi seu passaporte para a elite do “samba-de-raiz”. Desde então passou a se apresentar todos os anos nos eventos da Riotur, no show do reivellon, no pré-carnavalesco, shows de carnaval do Terreirão do Samba, carnaval da Lapa, entre outros. No final de 1999, produzido por Jaime Bahia, Bira faz um “disco demo” (Retratos do Povo), com músicas de sua autoria, para mostrar seu trabalho de compositor e intérprete. Ainda em 1999, apresentou-se no projeto Clássicos do Samba, com Wilson Moreira. Em 2001 apresento-se novamente neste mesmo projeto com Serginho Miriti, com o qual compôs “O daqui, o dali e o de lá” e outros sambas. Em agosto do mesmo ano, foi convidado para uma homenagem à Raul de Barros, organizada pela revista Maricá Já, junto com Wilson Moreira, Walter Alfaiate, Delson Carvalho, entre outros.
fonte: samba & choro
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