comunidade samba da vela

O samba tem a cara do Rio de Janeiro, certo? Sim, tem. No entanto, apesar de todo o glamour do samba carioca, o samba paulista tem sua importância e valor, um tanto esquecidos. Mas, recentemente, essa história ganhou um importante capítulo que está mudando sua história. É o Projeto “Samba da Vela”. Esse ritual que começou seis anos atrás, com cinco pessoas - depois 15, 200 - recebe hoje mais de 300 pessoas por apresentação em um verdadeiro templo do samba, instalado há quatro anos na Casa de Cultura de Santo Amaro. Digo, ritual porque todos os presentes ouvem as composições apresentadas em silêncio, verdadeira raridade para um ritmo que nos remete à dança e ao gingado nacional. É quase impossível pensar em samba sem imaginar a Avenida de um Sambódromo todo iluminado e composto por um som tão ensurdecedor quanto encantador. Em julho de 2000, alguns compositores anônimos de Santo Amaro, bairro da Zona Sul de São Paulo, reuniram-se, em uma segunda-feira, para tocar e compor juntos. Gostaram da idéia e toda segunda voltavam a reunir-se. Assim, chamaram alguns amigos que divulgaram a idéia boca a boca. Cada vez vinham mais e mais amigos, com isso novas parcerias foram criadas. Surgiam novos compositores e com eles novos e criativos sambas eram escritos. A partir daí, os idealizadores Paquera, Magnu Sousa, Maurílio de Oliveira e Chapinha fundaram o “Samba da Vela”, que nada mais é que uma reunião de cantores e compositores os quais apresentam suas obras para uma geração pouco conhecedora do verdadeiro samba de raiz. No entanto, não havia hora para parar, as reuniões duravam até a madrugada e como maioria das pessoas trabalha na terça-feira, havia um problema para resolver. Então, Paquera teve a idéia de acender uma vela e o samba só pararia quando a vela acabasse. Bingo! Todos ficaram satisfeitos. Era o fim da saideira depois da saideira e da outra saideira. Com o crescente interesse do público em freqüentar as reuniões, desde 2002, a Secretaria de Cultura do Estado cedeu a Casa da Cultura para o grupo realizar os encontros semanais. O samba começa a rolar solto por volta das 20h30 e dura até a vela acabar, em torno das 23h30. A entrada no Samba da Vela é gratuita, mas o público pode contribuir voluntariamente com valores simbólicos. São cerca de 3 horas de adoração a esse ritmo brasileiro envolto num silêncio religiosamente cumprido. Os únicos sons ouvidos são do cavaquinho, do pandeiro, do tamborim, do surdo.... e das vozes dos cantores, é claro. A mistificação fica em saber se o samba ou o silêncio é a prece do grupo. E ao final da apresentação é servida uma sopa.

fonte: over mundo

comunidade samba da vela

Nenhum comentário:

Postar um comentário