A escola originou-se de um time de futebol chamado Independente Futebol Clube, cuja camisa era verde e branca em listras verticais. As comemorações dos jogos eram feitas no Ponto Chic, bairro de Padre Miguel. Quando acabavam as partidas, os jogadores, bons de bola e excelentes na percussão, se reuniam e formavam um verdadeiro bloco carnavalesco. Segundo o benemérito da escola, Adyr Alves, considerado pelos seus amigos da Velha Guarda uma enciclopédia do samba, os componentes cantavam o seguinte grito de guerra: “Não é marra não, nem é bafo de boca, Independente chegou, deixando a moçada com água na boca”. De acordo com a 1ª Ata da escola, a estrela de Padre Miguel foi fundada em 10 de novembro de 1955, pelo seu primeiro presidente, Sylvio Trindade, seu vice-presidente, Renato da Silva, os componentes Ivo Lavadeira, Djalma Ferreira, Garibaldi Faria Lima, Cambalhota, Mestre André, Tião Marino, entre outros. Neste mesmo ano, a escola desfilou apenas no bairro com um samba que homenagiava o então deputado Waldemar Vianna. Só começou a desfilar oficialmente em 1957, na Praça Onze, com o enredo “Baile das Rosas” onde ficou em quinto lugar. Em 1958, a escola foi campeã do Terceiro Grupo com o enredo “Apoteose do Samba”. Sendo assim, passou para o Primeiro Grupo, que na época desfilava na Avenida Rio Branco. De lá pra cá, ela permanece até hoje no Grupo Especial, sem nunca ter descido. Na sua estréia entre as grandes escolas em 1959, com o carnaval “Os Três Vultos que Ficaram na História”, a escola ficou com o quinto lugar. Neste desfile, José Pereira da Silva, o Mestre André, por um erro, criou a famosa paradinha e não decepcionou: “Até hoje, quando se fala em bateria, tem que se falar do Mestre André. Naquele dia, ele escorregou e a bateria parou. Levantou, deu um rodopio e apontou para o repique. O repique entrou no tempo certo e então foi inventada a paradinha”, explica o filho do Mestre André, o Andrézinho, do Grupo Molejo. Assim, a Mocidade se mostrou diferente das demais e consagrou sua bateria como nota 10. “Quando a gente chegava na avenida, todos ficavam curiosos e entusiasmados para ver a bateria da Mocidade. Ela que segurava a escola no Primeiro Grupo. Éramos absolutos”, conta Sebastião Estevão, o famoso Miquimba, criador do surdo de terceira e atual rei da bateria.
memórias do carnaval
Na década de 60, a escola se manteve no Grupo Especial, mesmo sem muitos recursos, mas sempre com a força da sua bateria. Em 1964, o versátil Mestre André chegou a ser presidente da escola. Em 1966, assumiu a administração Olímpio Corrêa, o Gaúcho. Ele foi o presidente que mais teve mandatos e esteve presente em três campeonatos: em 1985, com " Ziriguidum 2001, Um Carnaval de Estrelas", em 1990, com "Vira-Virou A Mocidade Chegou" e em 1991, com "Chuê-Chuá As Águas vão Rolar": “Para mim, o Gaúcho foi um importante presidente pelo trabalho que ele fazia. Todo esse terreno que a Mocidade possui, foi adquirido na administração dele”, conta o vice-presidente administrativo, Benjamim da Silva, o Didiu, que está na Mocidade há 44 anos. A partir de 1974, com a gestão de Osman Pereira Leite, o carnavalesco Arlindo Rodrigues estreou com o enredo “A Festa do Divino” que marcou época e foi campeã no gosto popular. “A Mocidade só não foi campeã, pois os jurados daquele tempo não estavam preparados para a evolução do samba”, comenta o ex-presidente executivo Orozimbo de Oliveira. Nesse período, Castor de Andrade tornou-se um eterno apaixonado, onde contribuiu para a ascensão da verde e branco. Ele foi o patrono e braço forte da escola. Com o trabalho da sua família, a Mocidade se tornou uma escola de competição: “O Castor foi o oxigênio que a escola precisava. A Mocidade era modesta, pois não tinha muitos recursos. O que ela tinha, era o talento da sua bateria que a segurava lá em cima. Então precisava de um oxigênio para brigar. Foi tudo que Castor fez: deu a alma, deu o espírito, deu a fusão, enfim, deu moral à escola, enfatiza Jorge Francisco, mais conhecido como “Chiquinho”. Em 1979, a estrela de Padre Miguel alcançou o sonhado título no Grupo Especial com o enredo “Descobrimento do Brasil” de Arlindo Rodrigues. A história contada com lendas sobre os mares e o novo mundo que surgia encantou os jurados. No ano seguinte, assumiu o carnavalesco Fernando Pinto, produzindo carnavais excepcionais, como em 1985, com o título de “Ziriguidum 2001”. O enredo mostrava como seria o desembarque da nossa cultura em cada planeta. A comissão de frente foi inesquecível formada pelos robozinhos e contou com a participação do Andrézinho, filho do Mestre André. A escola venceu devido a sua criatividade. O enredo “Tupinicópolis”, trouxe uma metrópole imaginária Tupi em 1987. Uma nação que mostrava a perda da verdadeira identidade dos índios. O tema foi surpreendente dando o segundo lugar para a escola.
Desfile de 1991 enredo "Chuâ, Chuá... As Águas Vão Rolar"
Em 1990, entra Renato Lage onde obteve a primeira colocação com “Vira-Virou” em parceira com Lílian Rabelo. Em 1991, conquistou o bi-campeonato com “Chuê-Chuá As Águas vão Rolar”. O carnavalesco trouxe enredos universais, com uma linguagem multimídia e estética futurista. Em 1992, ficou em segundo lugar com o enredo “Sonhar não custa nada, ou quase nada ” de 1989 para 1990, a escola foi campeã, e pra mim foi um contato maravilhoso e imediato. No ano seguinte tivemos a felicidade de conquistarmos o bicampeonato. Na Mocidade eu alcancei a maturidade”, enfatiza o carnavalesco. Novamente campeã em 1996, com “Criador e Criatura”, a escola tirou nota 10 em todos os quesitos. Lage explorou a destruição que o bicho homem vem fazendo no planeta e a falta de respeito com o universo. A escola, mesmo se apresentando em plena luz do dia, foi a melhor! Em 1997, ficou em segundo lugar com o enredo "De Corpo e Alma na Avenida”. Mostrou células do corpo humano, coração, cérebro e aparelho digestivo. A grande surpresa da noite foi a porta-bandeira Lucinha Nobre vir vestida de bailarina, mostrando que a dança é a maior expressão do corpo. “Acho que já estava escrito. Foi uma grande química que houve entre eu e a Mocidade. Em 1999, a escola levou para a Avenida o enredo “Villa Lobos e a Apoteose Brasileira”. O carnaval sobre a vida do maestro teve a participação marcante e emocionada do ator Marcos Palmeira: “Depois do enredo sobre ‘Villa Lobos’, onde desfilei pela primeira vez, interpretando o músico, a escola me adotou. Não tem como explicar a emoção que senti. Hoje eu sou totalmente Mocidade”, enfatiza o ator. A partir de 2000 a escola encantou o público com temas marcantes. Primeiro sobre o Brasil 500 anos, levando para a Avenida “Verde, Amarelo, Azul Anil, Colorem o Brasil no Ano 2000” e “O Grande Circo Místico” em 2002, contando o fascínio provocado pelo picadeiro. Em 2003, com a chegada do carnavalesco Chico Spinoza, a escola apresentou o enredo “Pra Sempre no Seu Coração, Carnaval da Doação”, onde surpreendeu a todos com seu emocionante tema, conquistando a quarta colocação. No carnaval 2006, a verde e branco levará para a avenida o enredo “A Vida que Pedi à Deus” do carnavalesco Mauro Quintaes: “Geralmente as pessoas esperam que qualidade de vida fale de educação, saúde, alimentação e segurança, que são os seus pilares. O folião que estiver esperando aquele tema repetitivo vai se surpreender com a maneira que ele estará sendo apresentado”, afirma Quintaes.
sou de fortaleza,no ceará,e completamente apaixonado pela a mocidade,e só tenho a agradecer por tudo o que você fez pra minha escola! você é um ídolo pra mim! abraços...ah,e o grande sonho da minha vida é um dia desfilar pela mocidade.
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