
Incentivado por todos, procurou os programas de calouros. Na Rádio Philips foi reprovado por causa do seu nervosismo. Na Rádio Cajuti não lhe davam nenhuma oportunidade. A ponto de desistir, foi ouvido no corredor da emissora pelo compositor Bororó, que imediatamente o levou até Francisco Alves, o qual gostou de sua voz e o admitiu no programa que dias depois iria estrear, por ironia, na mesma Rádio Cajuti que o estava ignorando. Assim, estreou no Rádio em 24.6.1934. Logo depois fez um disco na Colúmbia para o carnaval do ano seguinte e gravou uma marcha de propaganda para a Brahma, antes de assinar contrato com a R.C.A. - Victor.
Os sucessos foram aparecendo e em 1936 estreou no cinema, no filme Cidade Mulher. Nesse ano foi contratado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, degrau importantíssimo de sua carreira. Em 1937, com a valsa Lábios Que Beijei (J. Cascata e Leonel Azevedo), subiu ao topo como grande astro. Cada disco seu correspondia a dois sucessos absolutos. No início de 1938, antes do carnaval, vai a São Paulo, tendo na capital paulista uma extraordinária recepção popular, necessitando muitas vezes de escolta policial para escapar da vibração dos admiradores. Na volta à Rádio Nacional do Rio de Janeiro, o apresentador Oduwaldo Cozzi, em dado momento o chama de O Cantor das Multidões, e este passou a ser o seu slogan.
Em 1939 participa do filme Banana da Terra, no qual canta A Jardineira (Benedito Lacerda e Humberto Porto). Nesse ano vai consultar o tenor italiano Tito Schipa, que, depois de ouvi-lo, diz-lhe que não precisava estudar nada, pois a natureza lhe havia dado tudo.
Por volta de 1943 começaram a surgir problemas de ordem pessoal que prejudicaram sua luminosa carreira, inclusive um de natureza sentimental com a cantora a radioatriz Zezé Fonseca. Mesmo assim, e tendo se transferido em 1942 para a Odeon, continuou a lançar sucessos. Em 1946 sai da Rádio Nacional para atravessar um período particularmente critico, que sua união, em 1947, com Maria de Lourdes, o grande amor de sua vida, aos poucos consegue superar. Volta à Rádio Nacional e substitui Francisco Alves, que havia falecido, em 1952, no programa Quando os Ponteiros se Encontram, do meio-dia dos domingos.
Em 1953 é eleito Rei do Rádio e também recebe uma medalha de ouro como o melhor cantor do ano. Recuperada a popularidade, daí em diante levou uma existência tranqüila e confortável, apresentando-se por todo o Brasil, tendo gravado vários LPs. Três dias depois de um derrame, em sua casa na ilha do Governador, vem a falecer, em 7.8.1978, no Hospital Grafée Guinle, no Rio de Janeiro. Seu velamento aconteceu na sede do C.R.Flamengo, e o sepultamento, no cemitério de São João Batista, de onde foi trasladado dois anos depois para o Cemitério do Caju.
Na música popular brasileira seu nome não desaparecerá enquanto for apreciada a arte de cantar em sua mais alta expressão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário