Um pouco de PAGODE.


Embora o clima político continuasse incerto, no subúrbio carioca de Ramos, animadas rodas de pagode começavam a dar uma nova cara ao samba. A palavra “pagode” é originária do sânscrito e significa “templo destinado por alguns países asiáticos ao culto de seus deuses”. No Brasil, o termo já era empregado pelos portugueses desde o século XVI, para designar qualquer diversão popular. Já na década de 1950, passou a denominar toda reunião de sambistas em que houvesse música, dança e comida. A partir dos anos 1970, com a expansão das rodas de partideiros nos subúrbios cariocas, conforme ensina o historiador Jairo Severiano, “o pagode passou a dar nome a um tipo de samba praticado nessas reuniões, que admite banjo, tantã e repique de mão, e guarda ligeira semelhança com o partido-alto.”

De todas essas rodas, a que alcançou maior projeção foi a promovida na quadra no bloco carnavalesco Cacique de Ramos. Sob a liderança do presidente da agremiação, Ubirajara Félix do Nascimento, o Bira Presidente, ali foi formado o núcleo do grupo Fundo de Quintal, onde ganharam destaque cantores e compositores de talento, como Jorge Aragão, Jovelina Pérola Negra, Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Almir Guineto e Luis Carlos da Vila. A música que projetou essa turma foi Vou festejar (“Chora/ não vou ligar/ chegou a hora/ vais me pagar/ pode chorar…”), de Jorge Aragão, Dida e Neoci, lançada por Beth Carvalho no disco De pé no chão, com repertório dedicado ao novo estilo.

Fonte: Blog Alexandre Pavan

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