Escravos da Mauá

Esse tipo de bloco só podia ter mesmo no Rio. Em plena Praça Mauá, reduto da boêmia, brancos de classe média invadiram o Largo da Prainha para cantar e reverenciar o mais autêntico samba. É o Escravos da Mauá, que só sai uma vez no carnaval mas se reúne o ano inteiro para animadas rodas de samba. Formado em 1993, ganhou esse nome em alusão ao apelido de seus fundadores, funcionários públicos do INT (Instituto Nacional de Tecnologia), localizado na Praça Mauá, antigo comércio de escravos. A intérprete do bloco, a secretária Cláudia Baldarelli conta que o Escravos, é um encontro entre o sambista do berço e do sambista amador. Além disso, os escravos mantêm excelentes relações com os moradores do Morro da Conceição (para quem não conhece, é um pedaço do Rio colonial que fica junto à Praça Mauá) que comparecem animadamente às rodas de samba. Avessos à badalação, os Escravos da Mauá costumavam se reunir na última sexta-feira do mês e se convocam apenas por boletins enviados pelo correio ou por e-mail, para fugir da multidão que costuma invadir o Largo da Prainha. A tática nem sempre funciona. As rodas de samba estão sempre lotadas. Guardar segredo sobre samba de qualidade no Rio é tarefa quase impossível. Afobados, os foliões do Escravos nem esperam o Carnaval. Saem na 5a. feira atrás da voz da Cláudia, dos fabulosos músicos e da bateria pelas ruas do centro, atrapalhando alguns infelizes que ainda teimam em trabalhar.

ensaio do escravos da mauá 04/05/2007

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