Há quem diga que Luiz Carlos da Vila é pura intuição. Pesquisando sobre o artista em Vila da Penha, bairro onde reside, no subúrbio do Rio, foi fácil ouvir de um vizinho amigo a declaração que confirma o perfil intuitivo do compositor: "Às vezes, ele anda até a esquina, conversa com as flores e volta com uma música". E as esquinas pelas quais Luiz Carlos passou foram várias. Nascido em 1949, em Ramos, ele começou a freqüentar o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos nos anos 70. Na mesma década, ingressou na ala de compositores da escola de samba Vila Isabel, que foi decisiva para a incorporação do "da Vila" em seu nome artístico. Foi da mesma escola que surgiu um de seus maiores sucessos: Kizomba, festa da raça, em parceria com Rodolpho de Souza e Jonas Rodrigues (Valeu, Zumbi/ o grito forte dos Palmares/ que venceu terra, céus e mares/ influenciando a abolição). Outro sucesso lembrado em shows e rodas de samba é O show tem que continuar (Nós iremos achar o tom/ um acorde com um lindo som/ e fazer com que fique bom/ outra vez o nosso cantar), uma parceria com Arlindo Cruz e Sombrinha, Alcione, Mauro Diniz, Luizinho SP, Jair Rodrigues, Simone, Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho e Jorge Aragão são alguns dos que gravaram composições de Luiz Carlos da Vila, que recebeu, ao lado de Sombra e Sombrinha, o Prêmio Sharp de melhor samba em 1988 com a música Além da razão, interpretada por Beth Carvalho. Antes de gravar seu sexto disco pela Carioca Discos, Benza Deus, o compositor lançou Luiz Carlos da Vila (1983), Pra esfriar a cabeça (1985), Raça Brasil (1995), Uma festa no samba (1997) e A luz do vencedor - Luiz Carlos da Vila canta Candeia (1998), além de participações nos CDs Pagode de Natal, a noite feliz dos bambas (1984), Um Natal de samba (1999) e Pirajá esquina carioca - uma noite com a raiz do samba (2000).
Nenhum comentário:
Postar um comentário