Ao adentrar no Clube
Português notei que o termômetro marcava 25 graus, mas não durou muito para
começar a esquentar, às 22h20m ouvisse os primeiros acordes de um samba do
grande Luiz Carlos da Vila,
Doce Refúgio fez logo o salão ferver, foi simplesmente maravilhoso, acho que já vi
uns 200 shows do Fundo de Quintal, e sempre me emociono com esses clássicos,
muitos oriundos do bloco Cacique de Ramos e que até hoje embalam sambistas de corações
apaixonados.
Arlindo Cruz no palco,
agora a história é outra, cria do Império Serrano, parceiro de Beto Sem Braço e
pupilo de Candeia esse sim merece respeito. Show impecável, como já era de se
esperar, Arlindo deu mais atenção aos sambas de seus dois últimos álbuns, em
especial ao mais novo, Herança Popular, deixando os mais conhecidos para serem tocados
praticamente de uma vez só, agitou a todos e agradou muito, perfeito.
Quase três da madruga
sobe ao palco Jorge Aragão, começando com Identidade e que logo de cara já dizia tudo, 'quem cede a vez não quer vitória, somos herança da memória, temos
a cor da noite, filhos de todo açoite, fato real de nossa história' e a noite
era mesmo negra. Sucessos como Coisa de Pele, Malandro, De Paris à Irajá, entre
outros, embalaram quem estava presente, muito lindo ver o
público cantando alto, chegando ao ponto de deixar Aragão sem ação diante disso
tudo. O ponto alto do show, foi quando Jorge recitou e logo após cantou, Chá de Louro, samba de Neoci Dias de Andrade, o
velho Neoci de Bonsucesso, e responsável por colocar e apresentar Aragāo ao mundo do samba. Sem dúvida uma bela homenagem feita com a maestria de
quem tem bagagem.
Zé Ricardo | Oficina de Idéias
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Jorge Aragão canta Chá de Louro, samba de Neoci.
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